Açoriano Oriental
Farol destruído por sismo nos Açores vai ser reabilitado como ruína
O Farol da Ribeirinha, na ilha do Faial, vai ser reabilitado como ruína e incluir módulos museológicos, duas décadas depois de ter sido parcialmente destruído por um terramoto, foi hoje anunciado
Farol destruído por sismo nos Açores vai ser reabilitado como ruína

Autor: LUSA/AO online

"Esta proposta prevê, inicialmente, consolidar toda a estrutura, a torre e o muro de proteção, e ainda a construção de quatro módulos museológicos com a história do farol, desde a sua construção até ao pós-sismo", disse hoje o presidente da Junta de Freguesia da Ribeirinha, Paulo Castelo.

O autarca socialista afirmou que a intervenção prevista para o local vai ser coordenada pela Direção Regional da Cultura dos Açores, que já elaborou um projeto com vista a consolidar as ruínas e criar módulos museológicos que possam ser visitados pelos turistas e pela população local.

Paulo Castelo destacou que o farol é um “ex-líbris” da localidade e até da ilha do Faial, sublinhando que aquela infraestrutura, inaugurada a 01 de novembro de 1919, já merecia ser reabilitada, até porque parte do imóvel ameaça ruir.

Questionado sobre a eventualidade de o farol ser reconstruído e não apenas reabilitado como ruína, para que voltasse a assumir o seu papel de apoio à navegação marítima, o autarca admitiu que esse era o seu desejo inicial, mas disse compreender que uma intervenção dessa dimensão não é atualmente viável.

"Isso é quase uma obra faraónica. Era o que todos ambicionavam, mas temos de ser realistas, acima de tudo", defendeu Paulo Castelo, acrescentando que "qualquer obra que dignifique" aquele imóvel "é sempre bem-vinda".

A intervenção no Farol da Ribeirinha não tem ainda data marcada, mas o responsável informou que gostaria que as obras estivessem concluídas dentro de dois anos e meio, por ocasião dos 100 anos da estrutura.

A torre do Farol da Ribeirinha esteve para ser demolida logo após o sismo de 09 de julho de 1998, mas a Liga de Amigos do Farol apresentou, na ocasião, um abaixo-assinado a contestar a decisão, que foi, entretanto, abandonada.

O terramoto, com uma magnitude de 5,9 na escala de Richter, provocou oito mortos e destruiu muitas moradias no concelho da Horta, o único do Faial, onde prevaleciam as casas tradicionalmente construídas em pedra e barro.

Além da destruição de grande parte do parque habitacional do Faial, o sismo danificou, ainda, cerca 20% das casas da vizinha ilha do Pico.

Volvidas quase duas décadas, ainda existem marcas da destruição provocada pelo sismo de 1998 no Faial, sobretudo ao nível religioso, existindo templos que ainda não foram objeto de intervenção.

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