Autor: Lusa/AO online
Cameron recebeu um forte aplauso dos cerca de 2.000 delegados presentes ao anunciar planos como o aumento do limiar a partir do qual se paga imposto das atuais 10.500 libras de rendimento bruto anual para as 12.500 libras (de 13.500 para 16.000 euros).
O primeiro-ministro prometeu também alterar o escalão de rendimento taxado a 40% das atuais 41.900 libras para as 50.000 libras (53.750 para 64.100 euros).
Para os rendimentos mais baixos, Cameron prometeu mudar o sistema para que as pessoas que trabalhem 30 horas semanais pelo salário mínimo de 6,50 libras/hora (8,35 euros) fiquem isentas do imposto sobre o rendimento.
A meses das eleições gerais de maio de 2015, e numa altura em que a oposição trabalhista está mais bem colocada nas sondagens, David Cameron assegurou aos delegados reunidos em Birmingham (centro de Inglaterra) que os conservadores são “o verdadeiro partido da solidariedade e da justiça social”.
Esta afirmação surge depois de, na segunda-feira, o ministro das Finanças, George Osborne, ter anunciado que, se o governo for reeleito, congelará por dois anos as prestações sociais para economizar 3 mil milhões de libras (3,8 mil milhões de euros) para contribuir para a redução do défice, anúncio imediatamente criticado como um ataque aos mais desfavorecidos.
Ao discursar hoje, Cameron pareceu querer corrigir o tiro anunciando medidas como o fim dos contratos de “horário zero”, de duração indeterminada e sem definição de um mínimo de horas trabalhadas ou de salário.
Acusado de pretender privatizar o sistema de saúde britânico, o NHS, que garante a todos os cidadãos o acesso gratuito a cuidados de sáude, Cameron assegurou que o Partido Conservador vai manter o orçamento do sistema, como fez na atual legislatura.
Por outro lado, depois da deserção de dois deputados conservadores para o UKIP (Partido da Independência do Reino Unido), e por entre rumores de que outros tencionam fazê-lo, o primeiro-ministro advertiu os eleitores de que um voto no partido anti-imigração e eurocético só vai beneficiar o Partido Trabalhista de Ed Miliband.
Na noite das eleições, ironizou, “podem adormecer com Nigel Farage (líder do UKIP) e acordar com Ed Miliband”. “Só há uma opção, eu em Downing Street ou Ed Miliband em Downing Street. Se votarem UKIP, estarão a votar nos trabalhistas”, disse.
Cameron prometeu no entanto manter a linha dura de controlo da imigração e repetiu a intenção de renegociar a relação do Reino Unido com a União Europeia antes do planeado referendo sobre a permanência do país na UE em 2017.