Autor: Susete Rodrigues/AO Online
Luís Rodrigues defendeu que estes sistemas, constituídos por um conjunto de boias, com refletor de radar, poderão “permitir aos pescadores poupar tempo e combustível à procura de peixe”, acrescentando que, desta forma, “há uma poupança económica, mas também ambiental”.
“Evitam-se os gastos com o combustível, reduzindo, desta forma, a produção de gases de estufa”, disse o Diretor Regional, salientando que esta experiência poderá ter “particular interesse na pescaria do atum” no Mar dos Açores.
Os peixes pelágicos, como atum, dourado e lírio, tendem a concentrar-se debaixo de objetos flutuantes, como, por exemplo, troncos ou boias perdidas, e o que se pretende é “compreender melhor este comportamento, através de um sistema agregador fixo de peixe”, afirmou.
Luís Rodrigues salientou que a escolha do Banco Condor como local para este ensaio se deve ao facto de ser “uma área protegida e que tem servido de ‘laboratório’ para muitas experiências de investigação científica desde 2009”.
A responsabilidade da construção e da monitorização desta nova tecnologia agregadora de peixe estará a cargo da SeaExpert, uma empresa de serviços e consultoria na pesca, e terá o acompanhamento da Direção Regional das Pescas.
Coordenado pelo Governo Regional de Guadalupe, o projeto ORFISH, com a duração de um ano, envolve as Regiões Ultraperiféricas da União Europeia, nomeadamente Açores, Madeira, Guadalupe, Martinica, Canárias, Guiana Francesa, Reunião e Mayotte, através da parceria entre entidades privadas, institutos de investigação e entidades governamentais.
Os Açores participam neste projeto a vários níveis, com destaque para a disseminação de tecnologia de pesca mais seletiva e sustentável, sendo que o primeiro workshop se realizou em Terre-Basse, Guadalupe, em outubro de 2017.
O encontro que decorre até quarta-feira na Horta tem como principal objetivo a preparação da experiência com o sistema de agregação fixo de pescado no Banco Condor, e conta com a presença de Nicolas Diaz, representante da Região de Guadalupe, que vai apresentar a experiência realizada com estes dispositivos no mar das Caraíbas.
O ORFISH visa manter e diversificar a atividade da pesca artesanal, evitando a pressão sobre os recursos costeiros, através da troca de conhecimento e inovação tecnológica entre as Regiões Ultraperiféricas e resulta de uma decisão estratégica para a sustentabilidade, de acordo com a nova Política Comum de Pesca.